Pular para o conteúdo principal

Pecado Estrutural

 

Adjetivei de "estrutural" o pecado, tomando emprestado esse termo muitas vezes usado nas pautas vitimistas da esquerda, como essa do "racismo estrutural". Essa expressão, dentro da cartilha marxista, indica que todos aqueles que nascem numa sociedade cujo histórico é segregacionista, nascerão já racistas, como se fosse algo já entranhado na genética. Obviamente que isso é um absurdo, lorota de quem só enxerga o mundo a partir das lentes do coitadismo. Diante disso, valendo-me dos princípios deterministas da esquerda, discorrerei sobre o determinismo universal quanto ao pecado original. Espero fazer ruir todo castelo vitimista da cartilha marxista de justificar um pecador sem o sangue de Jesus. 

Antes disso, quero oferecer um pouco mais de suposta concordância com a agenda marxista do coitadismo. Quanto aos homossexuais, é um fato bíblico que eles nascem assim. Todavia, não biologicamente, mas pecaminosamente, uma vez que todos pecaram (Romanos 3.23). Isso significa que, antes mesmo de nascerem, a potencialidade para o cometimento de todo tipo de pecado já existia em cada um. O que determinaria eu ser um Hitler ou um homossexual seria a cobiça individual e o gracioso freio divino. Quando dizem que a homossexualidade é doença, estão a inocentar o pecador, e quando dizem que é demônio, seguem pelo mesmo caminho da justificação. Não é, portanto, nem uma coisa nem outra, mas algo bem pior: é pecado. Da mesma forma, quando dizem que todo homem é um potencial estuprador, estou a concordar não apenas com isso, mas também com as seguintes premissas: toda mulher é uma potencial acusadora de falso estupro; todo negro é um potencial racista; todo esquerdista é um potencial analfabeto, etc. Note que essa regra pode ser aplicada a todos, pois invariavelmente todos carregamos a maldita mazela do pecado. 

Perceba que a esquerda marxista, ao querer vitimizar alguns da sociedade, acaba se apropriando de pressuposições cristãs no que tange ao determinismo quanto ao pecado. A doutrina bíblica do pecado assevera que, após a queda de Adão, todos nascemos com a raiz do pecado. Isso é chamado na teologia de Pecado Original, e eu chamo aqui de Pecado Estrutural, apenas como uma forma de diálogo saudável e amigável com meus amigos esquerdistas. Tal como eles acreditam que a situação socioeconômica determina o grau de vitimização, o cristinismo prega que, para ser puro e santo, basta crer em Cristo. Nada mais que isso. A diferença entre marxismo e cristianismo é que aquele propõe a redenção a partir da economia, enquanto que este a propõe a partir unicamente de Jesus, sem haver qualquer acepção de pessoas (Gálatas 3.28), e sem haver qualquer vitimização. A diferença basilar, portanto, é que o cristianismo pressupõe condenação de todos a partir do Pecado Estrutural, enquanto que o marxismo pressupõe pureza e inocência de alguns a partir da suposta malvadeza de o rico ser rico, o branco ser branco e o hétero ser hétero, por exemplo. Consegue ver a fragilidade intelectual da esquerda? Sem contar essa religião das obras baseada nas obras más apenas de alguns capitalistas brancos opressores. 

Então, essa é a doutrina do Pecado Estrutural. Qualquer outra Vitimização Estrutural não passa de sintoma viral do coitadismo daqueles que odeiam a ideia de serem pecadores.

Rodrigo Caeté 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ninguém explica Deus? Uma análise "preto no branco"

Este texto é uma análise da música “Ninguém explica Deus”, da banda Preto no Branco. Esta música tem feito sucesso no meio gospel , e, como a maior parte da música evangélica atualmente, também tem influenciado bastante na teologia nacional. A questão que se levanta é: será que a teologia pregada (Lutero dizia que a música é a teologia cantada) – direta ou indiretamente – por meio dela está correta? Ela está explicando  acertadamente sobre Deus? Sendo sincero com os autores da letra, dá para entender o que eles estavam querendo dizer com esta música. Penso que a ideia é que, em última análise, nenhum ser finito e criado consegue por força própria c ompreender e explicar o SENHOR na Sua totalidade. Isso é um fato indiscutível! A questão é que entre o que se quer dizer e o que se diz pode haver um abismo gigantesco, e é aí que reside o problema! Em suma, a música congregacional existe para que todos, tanto a pessoa simples e menos culta, quanto a que tem um nível est

Santificação Psicológica e Rituais Evangélicos

No nosso arraial evangélico, sobretudo em momentos de retiro espiritual e encontros de casais, é comum depararmo-nos com um ritual chamado “culto da fogueira”. Quem nunca participou de um, não é mesmo? Esse ritual tem o objetivo psicológico de “queimar”, por assim dizer, os nossos pecados cometidos. Não ouso negar sua eficácia emocional, pois eu mesmo já “senti” que meus pecados foram expurgados na hora em que o bendito papel estava sendo queimado. Que momento psicologicamente maravilhoso e emocionante.  Além do “culto da fogueira”, recentemente me deparei também com o ritual “oração a Deus por meio do balão de gás”. A questão era simples: deveríamos escrever nossos pedidos de oração numa pequena folha de papel e colocar dentro de um balão, que seria inflado com gás e subiria “aos céus”. Não duvido que muitos, vendo aquele balão subindo até sumir da vista, sentem que suas orações chegam lá. Que estratégia emocional e psicológica magnífica! Bem, qual é o problema disso tudo? Tudo.  Assi

DA SÉRIE: LOUVORES HERÉTICOS - LINDO ÉS

Existem algumas músicas que falam do desejo de humilhação de quem canta. Geralmente é assim: "Eu quero me humilhar diante de Ti Senhor", ou algo parecido. O grande problema é que o pressuposto desse clamor é um estado natural de exaltação, o que é um equívoco ao se tratar de um ser humano. O único que de fato se humilhou aqui na terra foi Jesus Cristo. Quando Paulo fala em Filipenses que Ele se esvaziou de sua glória e se humilhou, em outras palavras o apóstolo está dizendo apenas uma coisa: ELE SE TORNOU HOMEM! Cristo não deixou os seus atributos divinos justamente porque ele continua sendo 100% Deus; o humilhar-se dele é o SER UM DE NÓS, HUMANO! O ponto é que ser humano já é um estado de humilhação! Já somos por natureza humilhados. Então, meu amigo querido, não existe a opção "quero me humilhar", a não ser que você seja Deus, o que não é o caso. O que existe é: "eu reconheço meu estado triste de humilhação!" Uma boa canção exige uma do