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A segura doutrina da preservação dos santos e a queda dos orgulhosos


"Dirás, pois: Alguns ramos foram quebrados, para que eu fosse enxertado. Bem! Pela sua incredulidade, foram quebrados; tu, porém, mediante a fé, estás firme. Não te ensoberbeças, mas teme. Porque, se Deus não poupou os ramos naturais, também não te poupará." (Romanos 11.19-21) 

Situada no escopo da soteriologia, sendo o "P" do acrônimo TULIP, que resume os 5 pontos elementares do Calvinismo, a doutrina da Preservação dos Santos, também chamada de Segurança Eterna e Perseverança dos Santos, garante que todo eleito será cuidado e preservado de cair definitivamente, já que a salvação é um dom eterno e irrevogável. Isso significa que, uma vez salvo, eternamente salvo, e absolutamente nada nos separará do amor de Deus (Romanos 8.35-39). Para aqueles que quiserem uma infinidade de provas escriturísticas, deixarei disponível nas notas um excepcional artigo do blog Voltemos ao Evangelho.¹ 

Meu ponto de reflexão não é sobre a veracidade ou não dessa doutrina, mas sobre o sério alerta que o apóstolo faz para aqueles que não se cuidarem. Nesse texto de Romanos 11, ele está a falar aos gentios a respeito da salvação deles. Ele salienta que houve um temporário endurecimento de Israel para que a salvação fosse expandida também a esses gentios. E, para que não houvesse qualquer sentimento de superiodade neles no que tange à queda de Israel, Paulo faz esse grave alerta, dizendo que se Deus não poupou seu povo, aquele que não era seu povo étnico deveria temer ainda mais sendo santo. 

Obviamente, isso em nada aponta para a perda de salvação, pois nenhum ato divino é corrigível. Essa palavra do apóstolo apenas nos alerta sobre o perigo de estarmos no meio do povo de Deus, achando ser um eleito, mas sendo um reprovado entre os santos. Como saber isso? A Escritura diz que pelos frutos se conhece a árvore (Mateus 7.16). Além disso, no mesmo contexto onde se é dito que pela "graça sois salvos, mediante a fé", também é dito que fomos "criados em Cristo Jesus para boas obras". Ou seja, a eleição é acompanhada das boas obras. Não fazemos o bem para sermos salvos, mas porque fomos salvos. Aquele, portanto, que pratica o mal inconfessamente, revela que jamais foi salvo. São esses que Paulo mira quando faz o alerta. 

Então, cuidado. Não seja negligente com seu cristianismo, pois, embora a doutrina da Preservação dos Santos seja real, bíblica e que nos concede segurança, ela deve estar atrelada a doutrina da piedade. Todo santo é santo. Todo santo ama a pureza e detesta o pecado. Esses que são eleitos serão levados pelo Senhor, guardados e protegidos da queda, até o fim, para toda a eternidade. Mas aqueles que estão entre nós, mas vivem em pecado, em inveja, ciúmes, brigas e em extrema soberba serão em breve abatidos, pois nunca conheceram de fato a Deus. Portanto, caro Cristão, seja santo e veja nesses frutos a maior evidência de eleição e de que a bela doutrina da Preservação dos Santos irá contigo até o fim. 

Nota 

1. Disponível em <https://voltemosaoevangelho.com/blog/2020/01/as-doutrinas-da-graca-em-versiculos-perseveranca-dos-santos/>

Rodrigo Caeté

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