A ala política progressista não para de criar seus bezerros de ouro, para que a política de adoração às minorias continue avançando. No fundo, é a conhecida e velha estratégia de se rebelar contra os princípios cristãos do Senhor. A nova minoria sendo alçada para espalhar o caos na sociedade através da luta de classes é a normalização da obesidade. Agora são magros X gordos. Isso já tem ocorrido nos últimos anos, mas o que me chamou a atenção para escrever este texto foi uma notícia do G1, datada de 18/05/2022, com o seguinte título "Está na hora de criminalizar a gordofobia?"¹ Na hora não está, mas já passou da hora de criminalizarmos moralmente o culto à gordura.
Neste texto, pretendo discorrer tanto segundo a cosmovisão bíblica sobre a saúde e o corpo, quanto segundo o que a própria ciência diz sobre a obesidade. Comecemos por esse segundo ponto. A obesidade é considerada uma doença crônica, sendo um fator de risco para uma série de outras doenças, podendo levar inclusive à morte. Entre outras coisas, o obeso é mais propenso a desenvolver hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, além dos problemas físicos decorrentes do excesso de peso, como artrose, pedra de vesícula, artrite, cansaço, refluxo esofágico, tumores de intestino e vesícula. Todavia, mesmo diante disso tudo, a ditadura da gordura cantarola, por exemplo, o seguinte, aos ouvidos das obesas suicidas: "diva", "empoderada", "lacrou", "deusa", etc. Uma dessas cantoras da morte, citada na reportagem sobre a criminalização da gordofobia, não apenas defende a gordura, como também inocenta aquele que a ingere:
"Vai acabar com o estigma do peso? Não, claro que não... Ainda vivemos na mesma sociedade e cultura em que há mensagens de que o peso é sobre responsabilidade pessoal, preguiça ou disciplina."²
Ou seja, para ela, ceder à gula não é questão de disciplina; não praticar atividade física não é preguiça; e o acúmulo de gordura não é um fator de responsabilidade pessoal, mas, talvez, mais uma culpa dessa sociedade patriarcal, machista e opressora diante dos oprimidos que querem apenas comer um pouquinho mais. Tudo isso é, na verdade, uma cultura do coitadismo que tentam impor ao se levantar uma nova classe minoritária. Em breve, nessa ânsia diabólica de caotizar a sociedade, como uma espécie de aperitivo do inferno, serão levantados novos altares de minorias, como a minoria dos desdentados, dos caolhos, dos carecas, dos analfabetos, dos vegetarianos, veganos, da linguagem neutra, dos sem teto, sem meia, dos que amam camisa vermelha, etc. Por mais absurdo que sejam algumas supostas minorias, estamos diante da esquerda que não dialoga com a ordem e com a decência.
Diferente dos outros altares de minorias levantados, que vão matando lenta e, muitas vezes, imperceptivelmente, a gordofobia mata assombrosamente rápido seus adeptos gordos. Com um discurso de "mais amor, por favor", estão a contribuir com esse suicídio assistido por conta da gravidade da obesidade. Vocês realmente acham que essa patotinha ideológica está preocupa com o gordo? É evidente que não. O foco é apenas usá-los como trampolim para o objetivo final de criar mais uma base de caos: a guerra entre os gordos e magros. Essa agenda específica é tão idiota que se um gordo for chamado de gordo por alguém, o crime desse tal gordofóbico pode ser enquadrado em qualquer coisa, menos no caso de falso testemunho ou mentira. Chamar o gordo de gordo pode até ter razões motivadas em crime quanto a honra, como se houvesse honra inerente aos homens em si, mas jamais será mentira que um gordo é gordo.
Particularmente, creio que o bullying moderno tem razão de existir quando a tal brincadeira passa o limite do respeito físico e moral, sobretudo quando a suposta vítima deixa claro que não gosta da brincadeira, havendo risco de morte. Entretanto, não é isso que é visto na ampla maioria dos casos. De modo geral, o bullying moderno são as brincadeiras e piadas de meu tempo de escola, como apelidos. Na turma, sempre tinha o "neguinho", o "negão", o "branquelo", o "baixinho", o "gordão", o "zulu", o "caolho", o "lento", etc. Nossa geração não era hipersensivel; não era fragilizada pela cultura do vitimismo; o coitadismo não estava lá enxugando as lágrimas da efemização. Apesar de todos os problemas decorrentes de uma geração em pecado, não havia, em grande escala, essa juventude floquinho de gelo que derrete no primeiro calor dos apelidos. É justamente essa geração do esquerdisticamente correto que está, ao proteger o hipersensível, jogando-o cada vez mais no poço da hipersensibilidade que o levará ao precipício da egolatria. Essa é a ponte para olharmos a gordofobia sob a ótica do Evangelho.
O que está por trás dessa tal hipersensibilidade diante das críticas? Nada mais que um amor exacerbado por si mesmo. É muito fácil moldar uma mente hipersensível, basta protegê-las, durante anos de toda verdade sobre o homem. Esconda que, desde a planta do pé até o último fio de cabelo, nada há de são (Isaías 1.6). Varra para baixo do tapete moral toda ideia de depravação e perversão humana. No lugar disso, diga, mansamente, com um ar purpurinado, que "você é o centro do coração de Deus, a florzinha lindinha de Jesus, aquele que provoca calafrios amorosos em Deus. Você é adorado por Deus e digno de todo louvor..." Pronto. Com esse trabalho bem feito pelos coaches modernos, vá tentar criticar quem cresceu sendo entorpecido com o canto sereno do inferno. Experimente chamar de gordo aquele que cresceu como floquinho de gelo e aquele que aprendeu que não há nenhuma dignidade em si, cujo mérito é a eternidade do Lago de Fogo e Enxofre. No fundo, por trás de toda essa hipersensibilidade, se esconde alguém que se adora, se ama e se acha digna das maiores honrarias, mesmo que digam que querem apenas respeito. O Evangelho ensina o respeito, e devemos manter sempre o limite da honra de Deus nos homens, todavia, o Evangelho não é condescendente com essa chatice do esquerdisticamente correto que ergue um altar de adoração a certas minorias que buscam serem cultuadas. Ele brada a todos, sempre, altamente: arrependei-vos, raça de viboras!
A Escritura não apenas põe o homem em seu devido lugar, indicando seu estado de podridão, cuja gordura pecaminosa é incomparável, como também nos ensina como, após a regeneração, devemos cultuar a Deus, não apenas espiritualmente, como também através de nosso corpo:
"Acaso, não sabeis que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que está em vós, o qual tendes da parte de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por preço. Agora, pois, glorificai a Deus no vosso corpo." (1 Coríntios 6.19-20)
"Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Coríntios 3.16)
Nossa adoração a Deus é integral, e não apenas espiritualmente, como se fosse possível desfragmentar o homem em dois sem que este deixe de ter sua essência de homem. Deus nos fez corpo e alma. A constituição desse corpo com a alma forma quem nós somos. Nesse sentido, quando Ele nos salva e nos garante a vida eterna, está a nos salvar integralmente, prometendo a ressurreição desse corpo para toda a eternidade. O que ele espera, portanto, é ser adorado pela nossa alma, bem como através de nosso corpo. Então, falando de forma bastante clara, salvo questões patológicas, o gordo está a pecar contra Deus. Não há outra alternativa. Há, pelo menos, dois pontos principais aqui:
1) Gula
2) A beleza de Deus
1) Gula: A gula é um grito ensurdecedor da carne, que grita "quero pecar". A Bíblia a descreve como um descontrole do espírito que reflete na carne, sempre condenando sua prática:
"Não estejas entre os bebedores de vinho nem entre os comilões de carne. Porque o beberrão e o comilão caem em pobreza; e a sonolência vestirá de trapos o homem." (Provérbio 23.20-21)
"Quando te assentares a comer com um governador, atenta bem para aquele que está diante de ti; mete uma faca à tua garganta, se és homem glutão." (Provérbio 23.1-2)
"Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam." (Gálatas 5.19-21)
"Um dos seus próprios profetas chegou a dizer: 'Cretenses, sempre mentirosos, feras malignas, glutões preguiçosos'" (Tito 1.12)
Seria a gula um pecado escondido hoje? Seria o desejo pela comida algo que nada tem a ver com a adoração? Ser gordo pode revelar um grave pecado da satisfação dos desejos da carne. Aquele que tem seus apetites satisfeitos, como o de comer, está cedendo aos impulsos da paixão, que controla todo aquele que se tende a eles. Basta notar o quanto é difícil um glutão controlar o desejo por comer. Não, não é apenas doença, como a medicina aponta. O tratamento pode até ser medicamento ou cirúrgico, mas sua raiz é essencialmente espiritual. Há muita gordura de pecado escondida nos ventres inchados.
2) Há, por trás de toda essa ideia de gordofobia, uma cultura de culto à feiura. Há, sim, padrão de beleza, e não é o homem que dita essa regra, mas Deus. Ele, como Criador de todas as coisas, fez o homem a sua imagem e semelhança (Gênesis 1.26-28). Não há como imaginar que Deus tenha feito duas pessoas, Adão e Eva, obesas, mas belas e sem pecado. Foi a partir da queda que o homem passou a ter seu corpo em estado de deterioração, acumulando não apenas gordura, como também feiura. Deus é belo e inspira beleza. Por outro lado, o pecado é feio, terrível, e inspira feiura. Uma pessoa obesa, além de todo pecado da falta de domínio próprio, da luxúria desenfreada por meio da gula, também reflete um estado de feiura largamente desproporcional ao propósito inicial de beleza que aponte para Deus. Ainda que minha visão seja polêmica, a consciência de cada um acusa essa imagem e semelhança de Deus que está obesa não me faz imaginar o quanto Deus é belo. Portanto, a beleza não é relativa, mas bastante objetiva. Quando tentar dizer que há saudade, liberdade e beleza na obesidade, estão a esconder que, na verdade, tal estado revela doença, escravidão e feiura.
Por fim, a Bíblia nos ordena moderação (Filipenses 4.5), e que glorifiquemos a Deus de todas as formas possíveis (1 Coríntios 10.31). O que essa sociedade hedonista deseja é que os homens, cada vez mais, se tornem insensíveis diante da pureza de vida que o Evangelho exige. Sendo insensíveis ao que a Escritura diz, por exemplo, sobre a obesidade, torna-se muito mais fácil forjar uma hipersensibilidade para reagir em choro e depressão quando as críticas sobre a gordura aparecem. A pá de cal é essa tentativa de criminalizar isso que eles chamaram de gordofobia. O que realmente é desejam é se cercarem da lei civil como medida protetiva de seus pecados. O mesmo já têm feito quando ao pecado da homossexualidade. Podem fazer o que for, pois, no Último Dia, nenhuma lei civil se manterá de pé diante da Lei de Deus; nenhuma sensibilidade frágil resistirá ao justo e terrível julgamento divino. Dentre todos os pecados, Deus irá condenar muitos por serem gordos como frutos da gula.
Notas
1. Matéria disponível em <https://g1.globo.com/mundo/noticia/2022/05/28/esta-na-hora-de-criminalizar-a-gordofobia.ghtml>
2. Ibid.
Rodrigo Caeté
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