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5 regras básicas para acabar com seu filho


1) Proteja-o de absolutamente todas as adversidades da vida. Jamais permita que ele veja o quanto o mundo é cruel por conta da gravidade do pecado; 

2) Não o discipline, muito menos fisicamente. Afinal, o seu amor por ele é maior que seu amor pela Palavra (Provérbios 23.13-14; 29.15-17). Ele é o seu deus, e não o Senhor; 

3) Dê tudo o que ele pede, seja brinquedo ou dinheiro. Dizer "não" a ele é dizer que não o ama, e esse bebêzinho de 15 aninhos precisa de muito carinho. Cut Cut... 

4) Uma dica importante: incentive-o na vida virtual, para que ele passe o dia com um celular na mão. Será ótimo para sua saúde física e emocional. E, certamente, não há nenhum perigo nesse ambiente. 

5) Por fim, continue a entregá-lo nas cuidadosas mãos do Estado. Este é tão bonzinho e, sem dúvida nenhuma, cuidará muito bem de seu filho, sem nenhuma idiotização, nenhum marxismo, nenhuma cartilha de ideologia de gênero, nenhum incentivo ao uso de drogas, etc. É justamente ali no mágico mundo da imaginação que seu filho irá socializar e crescer. Ah, e pode confiar que ele jamais virará um socialista. 

Siga essas 5 regras básicas e veja seu filho se precipitando ao inferno sem, muitas vezes, você nem notar. Eu sei que todo pai e mãe, salvo exceções extremamente pecaminosas, amam seus filhos. Eu realmente não duvido disso. Mas duvido da definição de amor de muitos deles. Pais que amam seus filhos farão de tudo para, biblicamente, preparar seus filhos para a dura realidade do pecado neste mundo. Há um jargão popular que diz que "o mundo pune, pois lá fora não há misericórdia". Evidentemente, essa é uma forma de personaficar as difíceis realidades da vida, sobretudo quando as enfrentamos sem os anticorpos emocionais. É aqui que entra o amor dos pais. Estes não vão empurrar o filho para a queda, mas também não vão colocá-los numa bolha protetiva a ponto de eles nunca verem a dura realidade. Pais que amam ensinam a se levantar, e mostram a poderosa mão soberana de Deus em tudo. Pais que amam ensinam que o verdadeiro amor de Deus é disciplinar (Hebreus 12.6), sendo a amarga disciplina de Deus uma das maiores e mais evidências de filiação. Pais que amam disciplinam, justamente porque amam, sendo de forma física ou com alguma abstenção de algo. Pais que amam buscam o perfeito equilíbrio bíblico, sendo justo e gracioso, amoroso e misericordioso, jamais disciplinando além ou aquém, mas sempre apontando para o cuidado paterno do Senhor. 

Todavia, pais que odeiam seus filhos, ainda que digam que amam, continuarão criando-os como floquinhos de gelo que derreterão diante da primeira quentura da vida. Estes são os pais responsáveis pela grande massa de jovens hipersensíveis que está se formando, podendo ter como principal consequência uma geração inteira ansiosa e depressiva, e não poucos diante do suicídio, pois a "dura realidade da vida" não poupa os floquinhos de gelo. 

Mas isso não é o pior. Pais que odeiam seus filhos, ainda que digam que amam, continuam a enviar seus filhos para o inferno: 

"Não retires da criança a disciplina, pois, se a fustigares com a vara, não morrerá. Tu a fustigarás com a vara e livrarás a sua alma do inferno." (Provérbio 23.13-14) 

Uma criança com freios, desde o início, aprende a andar na lei, em todos os sentidos, e não é uma vergonha para seus pais, nem motivo da ira de Deus. Entretanto, deixe-a entregue a si mesma, tendo todas as vontades satisfeitas, e poderá viver eternamente ao lado dela no Lago de Fogo e Enxofre. Cuidado. Não negligencie isso. A eternidade é algo sério demais. 

Sobre o amor, termino com esta reflexão: Deus pôs um amor na medida em nós. Acima de tudo, devemos amar a Deus, pois se O amamos menos do que Ele é digno, não O amamos de forma alguma. Os pais devem amar aos filhos também numa medida certa. Se mais ou menos, deixa de ser amor e vira ou protecionismo satânico, que beira à idolatria e conduz ao inferno, ou insensibilidade e irresponsabilidade paternas que conduzem à perdição da orfandade. Quanto aos filhos, estes também foram criados para serem amados na medida certa. Quando os pais amam estes filhos em demasia, estão a roubar-lhes a graça de serem amados. Se não forem amados na medida certa, serão infelizes, ainda que tenham tudo. Portanto, quer amar seu filho? Seja moderado, equilibrado, discipline, diga "não", permita que ele caia e rale o joelho, e, finalmente, presentei-o com um amor na medida certa.

Rodrigo Caeté

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