Os coaches, de modo geral, são uma resposta natural diante de uma geração que passou a pensar com o estômago, sendo extremamente suscetível à queda psicológica ante qualquer mínimo frio na barriga. Em outras palavras, os coaches só fazem sucesso por conta do fracasso emocional dessa cultura destruída pelos desvalores materialistas-luxuriosos-narcisista propagados, sobretudo, pelo marxismo já enraizados no coração de quem sobreviveu em desgovernos de esquerda.
Aplicado à fé cristã, os coaches também são uma reação natural à essa fragilização do ser que passou a entrar em depressão só em ouvir mensagens sobre a ira de Deus. Então, como tais pessoas ficavam em casa escondidas em seus cobertores morais, deixando, assim, de frequentar os cultos, muitos líderes recorreram aos métodos de sucesso coach de abrandamento dos temas da comunicação, a fim de hipnotizar aqueles que se acostumaram a pensar com o estômago. Qual foi o resultado? Igrejas climatizadas para atrair e agradar quem aprendeu a viver apenas no emocional. Luzes vibrantes, fumaça ambiente, fundo musical tecnicamente capaz de entorpecer a razão e, por fim, mas obviamente não menos importante, as frases de efeito, com construções sintáticas impactantes e manejo excelente de controle e volume de voz. Pronto. A chave do sucesso nunca foi tão difícil de achar, pois essa sociedade doente encontrou farmacêuticos espirituais que estão preocupados apenas em receitarem ansiolíticos espirituais supostamente poderosos. Aquele que ouve as primeiras palavras bonitinhas e suaves nunca mais quer deixar de ouvir, pois é bom ser adorado, não é?
O problema é que esses floquinhos de neve, quando se deparam com a realidade cruel do sol escaldante, derretem vergonhosamente. É triste ver o quanto a hipersensibilidade emocional tem levado muitos jovens ao suicídio só porque alguém ousou criticá-los. No âmbito do Evangelho, além do problema de muitos líderes cederem a essa pressão do sucesso, mudando a mensagem da cruz, há o terrível processo de dessensibilização com relação ao justo Deus que está vindo iradamente, em extrema e justa fúria, com não pouca violência contra cada impenitente que ousou amar mais a si mesmo que a Deus. Com coaches gospel dizendo "você é o centro do coraçãozinho de Deus, a última coca cola do deserto, o ser mais importante desse mundo, a última bolacha do pacote de Deus" etc, fica realmente difícil de acreditar que um dos atributos de Deus é sua santidade, através da qual sua ira irá se manifestar em breve. Portanto, já que pregações assim assustam os bodes, nada melhor que amortizar a mensagem, para que os ímpios fragilizados dessa sociedade se sintam bem também em ambientes apelidados de "igreja".
Creio que uma sociedade forte e saudável é fruto de igrejas sadias e firmes com o puro Evangelho, inclusive puro dessa efemização cultural que dessensibiliza quanto à ira de Deus, mas sensibiliza diante de lindinhas mensagens de autoajuda. O mesmo Deus que ama, e realmente ama incomparavelmente, é o que chama ímpios de "raça de viboras" (Mateus 12.34), e cuida de seus filhos, em santificação, através do fogo (Provérbios 17.3). É justamente porque Deus ama que ele fala a verdade, ainda que dura, aos ímpios, e lapida o cristão, ainda que seja por meio da dor. Agora, não se pode dizer o mesmo desses coaches, que têm sido, atualmente, o principal trampolim para, sem dor, padecer eternamente no inferno.
Rodrigo Caeté
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