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A homossexualidade como juízo de Deus


A homossexualidade é um pecado, e isso não é um discurso de ódio, mas a minha manifestação de amor verdadeiro por falar a verdade ao meu próximo. Se alguém tem algum problema com essa frase, seu problema não é contra mim, mas contra o autor soberano dela. Deus afirma, sem nenhuma variação de interpretação, que o desejo sexual pelo mesmo sexo é uma abominação, uma vez que o Senhor criou apenas homem e mulher para que ambos fossem atraídos pelo sexo oposto (Gênesis 2.24; 1 Coríntios 6.9-11; Levítico 18.22; Juízes 19.22-23; Gênesis 19). 

Sabendo que é um pecado, e que qualquer pecador inconfesso passará a eternidade no Lago de Fogo e Enxofre bebendo o puríssimo cálice da ira de Deus (Apocalipse 14.10), desejo dar uma ênfase diferente ao meu texto. Quero apresentar a homossexualidade não apenas como pecado, mas também como juízo de Deus. Quando lemos isso, normalmente temos a tendência de inocentar quem está recebendo algum pecado como juízo, ao dizermos que a culpa não é dela, mas de quem legou esse pecado a ela. Ora, não é esse o parecer bíblico. O juízo na Bíblia é uma condenação diante de um pecado, podendo ser apenas uma punição ou uma punição com outro pecado ainda mais grave e escravizante. Este é o caso da homossexualidade. Note, por exemplo, esses versos abaixo: 

"Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém! Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro." (Romanos 1.24-27) 

Por várias vezes, o apóstolo Paulo menciona que "Deus entregou", e antes dessa entrega temos os seguintes conectivos conclusivos: “por isso" e "por causa disso". Por que Deus estaria reagindo assim? Por que Deus entregaria os homens a sua própria vontade? Para termos a resposta a essas perguntas, temos que saber o que vem antes desses conectivos conclusivos, e o contexto é muito esclarecedor. Desde o verso 17, Paulo vem falando como a justiça salvífica de Deus se revela, sendo por meio do Evangelho, havendo ainda a clara revelação da existência de Deus em toda criação. Enquanto a salvação vem do Evangelho, a ira de Deus se revela a partir do céu sobre todos aqueles que estão tendo a ciência sobre a existência de Deus, mas tem Lhe negado a glória e a graça (Romanos 1.18-23). Neste contexto, Paulo chega a mencionar a loucura que os homens cometem de adorar a criatura no lugar do Criador. Nessa ânsia de serem sábios e livres, Paulo conclui que "se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos" (Romanos 1.21-22). Em resumo, o apóstolo diz que a forma como os homens tentam abafar o conhecimento sobre a existência de Deus é pecando ainda mais. Este, por exemplo, é o estado de todo ateu, que busca negar a Deus através de seus pecados. 

Com todo esse contexto em mente, eis que temos a reação do Senhor. Parafraseando, poderíamos pôr dessa forma: 

"Já que não querem a mim como o Criador de vocês, darei o que querem, que é a liberdade de fazerem o que desejam. Tirarei um pouco mais do meu gracioso freio que impede que sejam tão maus quanto podem ser. Entregarei às suas próprias paixões e estarão cada vez mais perdidos". 

Esse juízo divino não foi apenas contra aqueles que tinham a sua cobiça apontada para a homossexualidade, mas sobre muitos outros pecados, pois assim segue o texto: 

"E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem." (Romanos 1.28-32) 

Pondo de forma clara, há muitos pecados que são juizos quanto a outros pecados ainda mais profundos. Quero te convidar a identificar algum pecado que tem lidado a muito tempo e não tem conseguido extirpar de vez, e perguntar a Deus se ele seria um juízo sobre alguma espécie de idolatria. O que Paulo pontua é que tais homens receberam esses pecados como juízos não apenas porque negaram a existência do Senhor pecando ainda mais, mas também porque foram atrás de ídolos criados. A reação de Deus foi entregar os homens a si mesmos. Certamente, não há nada pior que Deus dizer ao homem "seja feita a tua vontade". 

Quanto aos homossexuais, a verdade é essa: sua prática pecaminosa é uma consequência de sua rebelião contra o Senhor. Cada um sabe em seu íntimo que tipo de rebelião, e a consciência pessoal tem um pacto eterno com Deus para não deixar ninguém fugir ileso dessa verdade. Portanto, a homossexualidade não é apenas pecado, como também um juízo de Deus contra aqueles que buscaram a glória nesse mundo e negaram se render ao Senhor. Há salvação para os homossexuais? Claro que há. O apóstolo João ratifica isso ao dizer que "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça." (1 João 1.9). Há perdão para todos os pecados, e todo aquele que se aproxima de Deus em pleno arrependimento alcança a maravilhosa graça e a mudança de vida.

Rodrigo Caeté

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