Como o nome já sugere, o dom do celibato é um dádiva espiritual concedida por Deus a determinados homens para que estes possam se dedicar exclusivamente ao serviço do Reino:
“E bem quisera eu que estivésseis sem cuidado. O solteiro cuida das coisas do Senhor, em como há de agradar ao Senhor; Mas o que é casado cuida das coisas do mundo, em como há de agradar à mulher”. (I Coríntios 7.32-33)"
Certamente, nem todos recebem essa capacidade, pois a grande parte se sentirá tentada sexualmente, sendo essa uma das principais evidências de que tal pessoa não recebeu esse dom divino:
"Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado." (1 Coríntios 7.9)
Há, entretanto, quem diz que a capacidade celibatária pode ser obtida pela decisão do próprio homem. Para a defesa de tal tese, usam o texto de Mateus 19.12:
"Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos, por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita."
Os defensores dessa tese usam a frase "e há outros que a si mesmos se fizeram eunucos" como prova de que podemos decidir não nos casar. Ora, o que Jesus está dizendo aqui? Primeiro, o Senhor descreve 3 tipos de eunucos: 1) aqueles que nasceram impossibilitados fisicamente de se casarem; 2) aqueles que foram impossibilitados violentamente, não podendo, assim, se casar; e 3) aqueles que a si mesmos se fizeram eunucos. Quanto a esta terceira opção, notem a sequência do texto: "por causa do reino dos céus. Quem é apto para o admitir admita." Não é essa a descrição feita pelo apóstolo Paulo? Irá decidir pelo celibato aquele que consegue se abster das paixões sexuais. Ou seja, o homem até pode, no exercício de sua liberdade concedida por Deus, decidir seguir o caminho do celibato, mas ele assim o fará de forma sucedida se antes for inclinado por Deus através do dom divino. Dito de outra forma, só escolhe quem antes foi pré-determinado ser celibatário.
Agora, para o quê? Tanto Paulo quanto Jesus respondem que é unicamente para o serviço ao Reino. Isso significa que aquele que recebe esse dom recebe também uma tarefa específica para o progresso do Evangelho. Ele não se abstém do casamento para viver ocioso; não se abstém do casamento para galgar uma carreira secular; não se abstém por qualquer outro projeto pessoal. Seu único propósito é o serviço exclusivo ao Reino.
Quanto aos demais, a ordem natural é o casamento, determinado por Deus desde o início da criação. Isso significa que quem não recebe o dom do celibato e decide não se casar por questões egoístas, está pecando contra Deus. Mais do que isso. A Bíblia chama essa posição de doutrina de demônios:
“Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; Pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; Proibindo o casamento…” (I Timóteo 4.1-3)
Aqui encontram-se as feministas que rejeitam o casamento, a igreja católica que proíbe o matrimônio de seus sacerdotes, e tantos outros que se abstêm do casamento por conta de uma suposta liberdade. Negar, portanto, o casamento sem ser por conta do celibato, é seguir doutrina de demônios. Quanto a isso, não importa muito se você concorda ou não. A Bíblia diz taxativamente que - repito - se abster do matrimônio é seguir as orientações de Satanás.
Há muitos jovens, atualmente, que não receberam o dom do celibato, mas estão seguindo esses ensinos de demônios porque estão em busca de suas carreiras. Projetam uma suposta obediência futura, dizendo que, após tal formação e após uma determinada independência financeira, se casarão. Todavia, postergar obediência é ser atualmente desobediente. Há ainda outros que negam o casamento, mas vivem "ficando" ou namorando eternamente, tendo todas as atividades sexuais, exceto o casamento. O que é isso senão seguir ensinos de demônios?
Por fim, há ainda aqueles que forçam o celibato religiosamente, como no caso dos sacerdotes católicos, provocando, assim, um contexto de muita tentação e escândalos. Não são poucos os casos, infelizmente, de padres envolvidos em escândalos sexuais, como, por exemplo, pedofilia. Isso ocorre porque tais homens não receberam o dom do celibato, mas forçaram a si mesmos essa posição. Não adianta, se você não tem esse dom, a ordem é clara:
"Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado." (1 Coríntios 7.9)
Termino dizendo que há uma glória peculiar no serviço a Deus se abstendo de toda relação sexual, assim como há uma glória única servindo a Deus dentro de um casamento. Nem um nem outro pode se achar superior ou mais digno, pois Deus concedeu a cada um dons distintos, e nenhum é pior ou melhor que outro (1 Coríntios 12). Nosso propósito deve ser sempre que Deus seja honrado, seja por meio de nossos casamentos ou por meio de nossos celibatários. Soli Deo Gloria!
Rodrigo Caeté
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