Talvez a maior parte dos casamentos atuais seja feito e programado a partir de uma estrutura de muita segurança, sobretudo financeira. Diz-se que é necessário ter antes uma faculdade, uma carreira e uma excelente profissão com uma ótima remuneração. Nessa situação, ambos estão preparados para o casamento, afinal a base é a economia, não é mesmo senhores?
Bem, isso pode fazer sentido para o mundo não cristão, mas não para nós. Eu ainda amo ler as biografias dos grandes homens e mulheres de Deus que viviam pela oração e testemunharam milagres e mais milagres. Antes que alguém ranja os dentes, ninguém aconselharia a loucura sem a fé genuína e sem o chamado e a direção de Deus. O Senhor tem um chamado específico para cada um. Todavia, parece que vivemos numa cultura liberal no que tange ao casamento. Vou explicar: o liberalismo é caracterizado pela negação do sobrenatural e dos milagres na Escritura. Portanto, o pressuposto é estritamente racional. O caráter sobrenatural é tirado de cena. E não é de se estranhar que a grande parte de nossos casamentos cristãos siga esse caráter antissobrenatural. Isso porque temos que nos preparar para as imprevisibilidades da vida.
Ora, é claro que um marido cristão e piedoso fará tudo o possível para zelar pelos mínimos cuidados de sua esposa e filhos. Ele daria a vida por isso. Mas eu levanto uma pergunta: não há beleza no crescimento mútuo? Não há beleza em um ajudar o outro a ir progredindo na vida? Penso que deve ser extremamente chato um casal que se une já formado apenas para gastar dinheiro. Não há o consolo em meio a um choro por conta da dificuldade financeira. Não há a experiência da provisão divina por conta da escassez. Não há a admiração pela força de vontade do outro de lutar para cuidar da família para a glória de Deus. O que parece é que os casamentos estão sendo formados para chegar a glória sem carregar antes a cruz. Estão buscando a exaltação sem antes beijar a humilhação.
Portanto, jovens casais e senhores solteiros, não há problema em planejar a vida. Façam isso! Mas não façam disso uma regra. O amor deve estar acima de tudo. Primeiro o amor a Deus, e depois o amor de um para com o outro. E o amor tudo suporta, inclusive as crises financeiras para a glória de Deus. Se vocês já têm o mínimo para se casarem e têm a bênção dos pais e da igreja, não é aventura partir para o casamento, mas a antiga, bela e genuína fé dos cristãos que abalaram o mundo.
Rodrigo Caeté
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