Engana-se, porém, aquele que pensa que essa é uma ideia recente. Já no ano de 2014, o jornal Gazeta do Povo publicara um artigo com o título "Prática do 'aborto pós-nascimento' ganha defensores no meio acadêmico". Neste artigo, o autor menciona uma pesquisa de alcance internacional publicada no ano de 2012 por 2 autores filósofos italianos: Alberto Giublini e Francesca Minerva, docentes da Universidade de Melbourne, Austrália. Nesta pesquisa, intitulada “After-birth abortion: why should the baby live?”, cuja tradução é “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?”, um dos argumentos utilizados gira em torno da impossibilidade de saber com precisão, no pré-natal, o diagnóstico de síndrome de Down. Havendo essa suposta falha científica, a resolução seria praticar a descarada eugênia permitida por lei, matando os bebês nascidos com essa síndrome.
Observem como que o progressismo, muitas vezes, vai avançando por meio da estratégia da acomodação. Eles não começam mostrando uma prática carrancuda, mas silenciosamente trabalham pra isso. Primeiro discutem academicamente o aborto, depois aprovam o aborto nas primeiras semanas, depois nos primeiros meses, depois até o sétimo mês, depois até o nono, depois até o nascimento, e assim vai. A ideia vai sendo acomodada progressivamente, para que a anterior seja cada vez mais vista como normal. Em 2012, houve essa discussão no nível ainda acadêmico quanto ao assassinato de bebês nascidos, e, em 2022, uma apresentação de proposta de lei para que isso seja legalizado. Tudo leva a crer que, nos próximos anos e décadas, a discussão girará em torno da aprovação legal dessa diabólica prática.
Por fim, engana-se, ainda, que pense que essa prática é atual desse século. Encontramos essa prática de assassinato de bebês nascidos no livro de Êxodo 1.15-22:
"O rei do Egito deu a Sifrá e a Puá, que eram parteiras das mulheres israelitas, a seguinte ordem: —Quando vocês forem ajudar as mulheres israelitas nos seus partos, façam o seguinte: se nascer um menino, matem; mas, se nascer uma menina, deixem que viva. Porém as parteiras temiam a Deus e não fizeram o que o rei do Egito havia mandado. Pelo contrário, deixaram que os meninos vivessem. Então o rei mandou chamar as parteiras e perguntou: —Por que vocês estão fazendo isso? Por que estão deixando que os meninos vivam? Elas responderam: —É que as mulheres israelitas não são como as egípcias. Elas dão à luz com facilidade, e as crianças nascem antes que a parteira chegue. As parteiras temiam a Deus, e por isso ele foi bom para elas e fez com que tivessem as suas próprias famílias. E o povo de Israel aumentou e se tornou muito forte. As parteiras temiam a Deus, e por isso ele foi bom para elas e fez com que tivessem as suas próprias famílias. E o povo de Israel aumentou e se tornou muito forte. Então o rei deu a seguinte ordem a todo o seu povo: —Joguem no rio Nilo todos os meninos israelitas que nascerem, mas deixem que todas as meninas vivam."
Satanás, que é sedento por bebês no ventre, também se satisfaz de crianças indefesas. Sua atuação é antiga, e suas estratégias são muitas, desde aborto a pedofilia. Ele sempre amou agir covardemente na vulnerabilidade das pessoas. Quando, por exemplo, Cristo teve fome no deserto, onde ele atacou senão na vulnerabilidade da fome, pedindo para Cristo transformar pedras em pães? E assim ele tem agido até hoje, sempre agindo ferozmente na fraqueza e vulnerabilidade dos homens. E ele será incansável contra os bebês.
Entretanto, embora esse texto seja um alerta para que oremos e também ajamos, no fim das contas podemos descansar confiante de que o mesmo Deus que agiu soberanamente nas parteiras, as impedindo de matar os bebês no Egito, é o mesmo no trono hoje reinando sobre tudo e todos. Suplicamos a Ti, Senhor, que faça justiça na terra e proteja nossas crianças.
Rodrigo Caeté
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