Talvez você nunca tenha ouvido a frase que leva o título desse texto - "Não podemos disciplinar quem tem dinheiro na igreja" - mas não duvido que já tenha visto a prática dela. Isso ocorre porque, muitas vezes, a liderança da igreja não age assim maliciosamente, mas por diversas fraquezas, como, por exemplo, achar que é sustentado por homens e não por Deus. Evidentemente que, naturalmente, Deus usa homens para o progresso financeiro de seu reino, mas, em última análise, é Deus quem mantém de pé seu servo fiel. Portanto, a esses homens eu digo: sejam fiéis ao Senhor em tudo, e confiem nEle em todas as ações corretas, inclusive nessa de disciplinar, quando biblicamente necessário, aqueles de maior poder aquisitivo que cometerem pecados passíveis de disciplina.
Todavia, há aqueles que realmente agem maliciosamente, a fim de manter o poder. Quanto a isso, vejami essa exortação do apóstolo Paulo:
"Porque o amor do dinheiro é raiz de todos os males; e alguns, nessa cobiça, se desviaram da fé e a si mesmos se atormentaram com muitas dores." (1 Timóteo 6.10)
Em primeiro lugar, precisamos definir o que esse texto não diz.
1) O dinheiro não é a raiz de nenhum mal. Paulo diz que o amor ao dinheiro é;
2) o amor ao dinheiro não é a raiz de absolutamente todos os males. Ele não foi, por exemplo, a raiz do pecado de Adão e de tantos outros. Esse "todos os males" deve ser interpretado à luz de seu contexto anterior, pois no verso 9 Paulo fala que aqueles que querem ficar ricos caem em cilada, tentações da luxúria, concupiscências insensatas e perniciosas que afogam o homem na ruína e perdição. Por isso, quem ama o dinheiro dessa forma pecaminosa cai em todos esses males do verso 9.
Dito isso, o que podemos concluir desse verso, diante de nosso tema? O amor ao dinheiro e ao poder tem feito muito líder cair na cilada da indisciplina. Estão a fugir da responsabilidade de condenar o pecado, quando o pecador ameaça retirar seu sustento financeiro. O que seria isso, senão um clássico exemplo de amor ao dinheiro que corrompe a dignidade daquele que deveria ser exemplo?
Quanto àqueles que acham que podem comprar a salvação, a graça não está a venda e a eleição não se precifica segundo os padrões humanos. O seu valor foi o sangue da cruz, e os santos do Senhor não vivem a se enredar pelo engano do dinheiro. Portanto, tanto os membros supostamente influentes quanto os líderes infiéis um dia verão que todo esse suposto poder será reduzido a nada quando o Senhor vier para julgar a todos. Naquele dia descobrirão que nenhum dinheiro irá influenciar o julgamento do Senhor de toda riqueza.
Rodrigo Caeté
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