"Eu fecho os meus olhos
Somente por um instante, e o instante passou.
Todos os meus sonhos
Passam diante dos meus olhos, uma curiosidade."
É bastante interessante essa imagem que se constrói quanto a brevidade da vida, pois o autor nos leva a sentir o quanto isso é real ao fecharmos os nossos olhos e percebermos que, de fato, aquele instante já se foi. E se foi exatamente como a fase do refrão "Poeira ao vento. Tudo que eles são é poeira ao vento". Uma poeira passa pela nossa frente e, muitas vezes, nem percebemos, e jamais a vemos novamente, pois logo some. É exatamente isso que o salmista diz abaixo:
"O homem é como um sopro;
seus dias são como sombra passageira."
(Salmos 144.4)
A canção segue:
"A mesma velha canção;
Apenas uma gota de água em um oceano sem fim. Tudo que fazemos se esfacela até o chão, embora nos recusemos a perceber."
A referência imediata que faço é ao livro de Eclesiastes:
"O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol." (Eclesiastes 1.9)
Essa é uma forma de ver a vida através das lentes do pecado, que faz a tragédia parecer apenas tragédia e não flores em meio aos escombros, pois a vida, apesar de arruinada pelo pecado, ganhou a delicadeza da graça por meio de Cristo.
O autor ainda mostra o quanto as nossas obras se esfacelam com o tempo, pois nada dura, como diz a Santa Palavra:
"Deste aos meus dias
o comprimento de um palmo;
a duração da minha vida é nada diante de ti.
De fato, o homem não passa de um sopro."
(Salmos 39.5)
Como diz o refrão, tudo é "poeira ao vento.
Tudo que somos é poeira ao vento."
Por fim, o último refrão busca provocar uma reação do ouvinte:
"Agora, não fique esperando;
Nada dura para sempre, além da Terra e do céu;
Isso passa voando;
E todo seu dinheiro não comprará outro minuto."
Ele usa a segurança do dinheiro como elemento provocador, mas cada um tem a sua bengala. Cada um se agarra a este mundo de alguma forma. E você? Onde está segurando? Querendo ou não, você é como "poeira ao vento. Tudo que somos é poeira ao vento".
"Que é a sua vida? Vocês são como a neblina que aparece por um pouco de tempo e depois se dissipa." (Tiago 4.14)
Essa música do Kansas é uma relíquia universal, pois é capaz de sacudir o mais incrédulo dos homens diante da fragilidade da vida humana. Não tenho dúvidas de que, através dela, Deus continua a mostrar o seu soberano controle sobre tudo e todos, e fazendo muitos entenderem o quão fracos e miseráveis são.
Rodrigo Caeté
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