Pular para o conteúdo principal

Os 3 poderes: executivo, legislativo e judiciário: você sabe a função de cada um?


Você conhece a função dos 3 poderes da República? Essa tripartição do poder no Brasil foi estabelecida pela Constituição Federal de 1988, e tinha como objetivo impedir a concentração de poder e impossibilitar que o governo de uma só pessoa se transformasse em uma tirania. Desde então, nosso país passou a ser administrado pelo poder Legislativo, Executivo e Judiciário. Mas você sabe a função de cada um? Meu objetivo, hoje, é explicar, de modo sucinto e didático, a função de cada um. 

Ultimamente, temos visto, com espanto, o avanço de um poder sobre o outro. A atuação de certos iluministros do STF tem deixado não apenas a nação insegura, por conta de excessos ditatoriais, como também tem deixado muitos estudantes de Direito sem entender a real relação entre a teoria e a prática. Ora, qual deveria ser, teoricamente, a função do Poder Judiciário? 

Poder Judiciário - Este poder lida com a interpretação e execução das leis. Sua função é observar os limites da legislação brasileira e obedecer o que é determinado pela Constituição Federal (CF). Além disso, é dever do Judiciário mediar os conflitos entre cidadãos e entre os cidadãos e o Estado, sempre ao rigor da lei. Como o nome já indica, portanto, seu dever principal é julgar seguindo a CF. Fazem parte desse poder o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Superior Tribunal de Justiça (STJ), além de outros órgãos dos tribunais regionais espalhados pelo país. 

Poder Legislativo - Enquanto o Judiciário busca fazer cumprir a lei, o poder Legislativo cria leis para um melhor desenvolvimento da sociedade. A composição desse poder é formada por deputados, senadores e vereadores eleitos. No âmbito federal, o poder legislativo é exercido pelo Congresso Nacional - composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal. Na Câmara, ficam os deputados federais e no Senado, os senadores. No plano estadual, este poder é exercido pelas Assembleias Legislativas por meio dos deputados estaduais. Já no âmbito municipal, os representantes do Legislativo são os vereadores. 

Poder Executivo - Como o nome indica, este poder executa as leis, administrando o Estado segundo interesse comum do povo, e visando seu progresso e equilíbrio. Enquanto o Legislativo cria leis e o Judiciário as julga, o Executivo as administra com poderes governamentais. Em síntese, o Executivo decide e propõe planos de ação de administração e de fiscalização. Compoem esse poder o presidente da República, a nível federal; os governadores, a nível estadual; e os prefeitos, a nível municipal. 

Vale ressaltar que os 3 poderes são independentes, mas em perfeita harmonia de fiscalização um do outro para o bem comum da nação. Ao menos, isso está descrito na teoria. O que se observa na prática, contudo, principalmente a respeito do poder Judiciário, é uma avançar autoritário sobre as funções do Poder Executivo. Quando isso ocorre, há um desequilíbrio nas instituições, e quem padece é o povo. 

Para que o equilíbrio possa voltar, cabe ao poder Legislativo, sobretudo no órgão do Senado Federal, ser o contrapeso final na fiscalização do poder Judiciário, para que os excessos sejam tirados. Entretanto, há alguns impedimentos lamentáveis em nossa estrutura já velha e corrompida, por assim dizer, de julgamento. Isso porque enquanto o Senado fiscaliza, por exemplo, o STF, quem fiscaliza o Senado é o mesmo STF. Ora, como fiscalizar quem irá me fiscalizar depois? Não deveria haver problema quanto a isso, exceto se há corrupção e o famoso "rabo preso no meio". Mas isso é história pra outra hora. O importante é saber que muito do desequilíbrio entre os poderes é em razão da mentalidade autoritária de alguns, bem como da corrupção profunda em outros. 

Por fim, dos 3 poderes da República, apenas 2 são eleitos pelo voto popular, o Legislativo e o Executivo. O Judiciário é representado por concursados ou indicados pelo presidente, como é o caso dos ministros do STF. 

Agora que você sabe como funciona os 3 poderes do Brasil, fica mais fácil acompanhar a política e saber onde há disfunção e onde há excessos autoritários, bem como quem são os representantes direto do povo.

Rodrigo Caeté 


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ninguém explica Deus? Uma análise "preto no branco"

Este texto é uma análise da música “Ninguém explica Deus”, da banda Preto no Branco. Esta música tem feito sucesso no meio gospel , e, como a maior parte da música evangélica atualmente, também tem influenciado bastante na teologia nacional. A questão que se levanta é: será que a teologia pregada (Lutero dizia que a música é a teologia cantada) – direta ou indiretamente – por meio dela está correta? Ela está explicando  acertadamente sobre Deus? Sendo sincero com os autores da letra, dá para entender o que eles estavam querendo dizer com esta música. Penso que a ideia é que, em última análise, nenhum ser finito e criado consegue por força própria c ompreender e explicar o SENHOR na Sua totalidade. Isso é um fato indiscutível! A questão é que entre o que se quer dizer e o que se diz pode haver um abismo gigantesco, e é aí que reside o problema! Em suma, a música congregacional existe para que todos, tanto a pessoa simples e menos culta, quanto a que tem um nível est

Santificação Psicológica e Rituais Evangélicos

No nosso arraial evangélico, sobretudo em momentos de retiro espiritual e encontros de casais, é comum depararmo-nos com um ritual chamado “culto da fogueira”. Quem nunca participou de um, não é mesmo? Esse ritual tem o objetivo psicológico de “queimar”, por assim dizer, os nossos pecados cometidos. Não ouso negar sua eficácia emocional, pois eu mesmo já “senti” que meus pecados foram expurgados na hora em que o bendito papel estava sendo queimado. Que momento psicologicamente maravilhoso e emocionante.  Além do “culto da fogueira”, recentemente me deparei também com o ritual “oração a Deus por meio do balão de gás”. A questão era simples: deveríamos escrever nossos pedidos de oração numa pequena folha de papel e colocar dentro de um balão, que seria inflado com gás e subiria “aos céus”. Não duvido que muitos, vendo aquele balão subindo até sumir da vista, sentem que suas orações chegam lá. Que estratégia emocional e psicológica magnífica! Bem, qual é o problema disso tudo? Tudo.  Assi

DA SÉRIE: LOUVORES HERÉTICOS - LINDO ÉS

Existem algumas músicas que falam do desejo de humilhação de quem canta. Geralmente é assim: "Eu quero me humilhar diante de Ti Senhor", ou algo parecido. O grande problema é que o pressuposto desse clamor é um estado natural de exaltação, o que é um equívoco ao se tratar de um ser humano. O único que de fato se humilhou aqui na terra foi Jesus Cristo. Quando Paulo fala em Filipenses que Ele se esvaziou de sua glória e se humilhou, em outras palavras o apóstolo está dizendo apenas uma coisa: ELE SE TORNOU HOMEM! Cristo não deixou os seus atributos divinos justamente porque ele continua sendo 100% Deus; o humilhar-se dele é o SER UM DE NÓS, HUMANO! O ponto é que ser humano já é um estado de humilhação! Já somos por natureza humilhados. Então, meu amigo querido, não existe a opção "quero me humilhar", a não ser que você seja Deus, o que não é o caso. O que existe é: "eu reconheço meu estado triste de humilhação!" Uma boa canção exige uma do