Atire a primeira pedra quem jamais pensou que o casamento iria frear os impulsos, por exemplo, da masturbação e da pornografia. Na luta contra os pecados sexuais, muitos acabam se agarrando na esperança de um casamento para que todo desejo sexual desenfreado seja satisfeito com o cônjuge. É essa uma forma cristã de pensar? Em linhas gerais, sim, mas precisamos clarear alguns pontos importantíssimos.
Escrevendo a igreja de Corinto e respondendo alguns perguntas acerca do casamento e da vida celibatária, assim diz o apóstolo Paulo:
"E aos solteiros e viúvos digo que lhes seria bom se permanecessem no estado em que também eu vivo. Caso, porém, não se dominem, que se casem; porque é melhor casar do que viver abrasado." (1 Coríntios 7.8-9)
Quero concentrar atenção apenas na parte final, onde Paulo diz que é melhor casar do que viver abrasado. Esta expressão - abrasado - indica exatamente o que parece dizer: alguém em brasas, ardendo de desejos sexuais impulsivos. Qual a clara orientação para o apóstolo quando alguém está assim? Casamento. Então, em certo sentido, Paulo põe a união marital como um meio de santificação. Veja, por exemplo, o que diz a Confissão de Fé de Westminster no que tange a esse ponto:
"O matrimônio foi ordenado para o mútuo auxílio de marido e mulher, para a propagação da raça humana por uma sucessão legítima e da Igreja por uma semente santa, e para impedir a impureza. (Gen. 2:18, e 9:1; Mal.2:15; I Cor. 7:2,9.)"
A Confissão usa a mesma referência paulina para dizer que o casamento tem também a função de "impedir a impureza". Portanto, não é errado pensar que o casamento é um poderoso meio para frear os impulsos desordenados da masturbação e da pornografia. O erro está em outro lugar, e não pensemos que seja menos grave que esses pecados sexuais mencionados.
O problema é quando o cristão põe a redenção de seus pecados exatamente no casamento e não em Cristo. A união matrimonial não é o antídoto contra os impulsos sexuais. A Cruz é. O casamento não é um meio de redenção. Jesus é. Ocorre que muitos acabam se agarrando à esperança de um casamento como se esse meio de graça fosse a libertação de seus pecados sexuais. Já vimos que o casamento é um auxílio, mas não o auxílio. Quem liberta os homens de seus pecados é Jesus Cristo. Enquanto os homens continuarem a procurar neste mundo seus meios para a sua redenção seus pecados serão apenas maquiados e temporariamente controlados, mas estarão sempre aí diante de seus olhos aguardando a próxima estratégia de redenção. Certamente, Deus nos oferece muitos meios de graça e santificação, sendo o casamento o principal contra os pecados sexuais, mas nenhum desses meios pode substituir a própria pessoa de Cristo. Jesus é a redenção!
Rodrigo Caeté
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