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Feliz é a nação, cujo político não deturpa a Bíblia


Em época de eleição, é comum políticos profissionais usarem a religião hipocritamente a fim de ganhar os votos da classe religiosa. Nas eleições de 2018, por que exemplo, vimos até uma candidata comunista, Manuela D'Ávila, participando do sacramento da Ceia, o que é um contrassenso absurdo, uma vez que o comunismo é um dos grandes inimigos atuais do cristianismo. Fato é que, em período eleitoral, muitos ímpios se apoiam na Bíblia e não poucas vezes distorcendo-a. Quanto a isso, meu desejo, neste texto, é apontar a real interpretação de um dos versos distorcidos por políticos, independente de ideologias. Quem nunca ouviu, da boca de candidatos, o conhecido verso bíblico abaixo? 

"Feliz a nação cujo Deus é o Senhor, e o povo que ele escolheu para sua herança." (Salmo 33.12) 

Não, Deus não está falando do Brasil, e nem de qualquer outro país. É comum esses tais políticos profissionais ainda dizerem que "Deus é brasileiro", na ânsia de ganhar ainda mais a confiança dos religiosos. Essa, contudo não é a interpretação correta desse verso. No contexto da história de Israel, por exemplo, não havia a possibilidade de a nação dos filisteus, dos jebuseus, heteus, etc, receberem essa promessa, pois a eleição de Deus foi específica ao povo judeu. Essa é uma promessa de felicidade espiritual direcionada aos santos. Veja a correlação com outro texto bem conhecido também: 

"Vós, porém, sois raça eleita, sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz;" (1 Pedro 2.9) 

Quem é essa "nação santa"? Hoje, sabemos que são os cristãos eleitos, aqueles que estarão eternamente com Deus. Isso porque o verdadeiro Israel de Deus não contempla apenas os judeus, mas também os gentios (Romanos 9). Portanto, a nação de Deus, cuja felicidade será eterna, é o seu santo povo. 

Mas Deus pode abençoar mais um país que outro? Evidentemente. Mas isso nada tem a ver com alguém professar servir ao Senhor, como se a crença nominal mostrasse que tal nação é do Senhor. Deus olha a piedade do coração e não o que aparece aos olhos. Aliás, ele detesta os políticos que usam o Evangelho para ganho pessoal. Novamente, Deus está mais interessado em abençoar os santos que buscam viver vida ilibada neste mundo mau. Se uma nação for composta por maioria de santos, não tenhamos dúvida de que ela será mais abençoada que outras.

Rodrigo Caeté

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