O cristão é chamado a viver para a glória de Deus em todas as esferas da sociedade, não apenas dentro das quatro paredes do templo religioso. Isso inclui sua atuação política em período de eleição. Pensar politicamente não pode ser apenas tarefa dos candidatos profissionais, mas de todo cidadão que se preocupa com seu país e deseja rumos melhores. É justamente quando deixamos a política de lado que os corruptos fazem a festa, e é isso o que muitos deles desejam: que o povo seja apolítico e ignorante quanto às atuações dos eleitos. Todavia, como cristãos, sabemos que Deus se sente honrado quando buscamos preservar a cultura através de nossa vida pública. Em momentos como o que estamos vivendo, próximos a uma importante eleição, talvez nada seja mais importante do que sermos absolutamente políticos, jamais partidários, e, finalmente, nunca confiar em qualquer homem acima de Deus.
Um dos grandes problemas quando se pensa em atuar politicamente é confundir com a atuação partidária. Ser partidário é defender um partido ou candidato acima de suas ideias e práticas; é defender um candidato, sem nucca apontar seus erros e falhas; é ser cego de amor por tal política apenas para defender uma ideologia, independente se é de esquerda ou direita. Isso é danoso e tem sido uma principais causas de brigas e rixas na sociedade. Por outro lado, atuar policiamente é conhecer os trâmites básicos da política, os candidatos, as pautas defendidas, as ideologias por trás, dialogar de forma equilibrada com o contraditório e, finalmente, escolher o melhor candidato para governar. Biblicamente, nossa função política é ainda orar por esses a quem elegemos:
"Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões, ações de graças, em favor de todos os homens, em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranquila e mansa, com toda piedade e respeito. Isto é bom e aceitável diante de Deus, nosso Salvador." (1 Timóteo 1.1-3)
Portanto, devemos exercer nossa atuação política com responsabilidade, mas jamais sermos partidários.
Além disso, não podemos cair no erro da confiança cega. Confiar na política, sim, em político, não. Deus foi bem claro:
"Assim diz o Senhor : Maldito o homem que confia no homem, faz da carne mortal o seu braço e aparta o seu coração do Senhor!" (Jeremias 17.5)
Por que muitos estão por aí decepcionados com tal e tal político? Porque puseram demasiada confiança em homens falhos. Antes de serem políticos, são pecadores, homens de barro carentes da graça de Deus. Nenhum deles merece nossa confiança. Queremos que governem com sabedoria e para o bem comum da sociedade, mas nenhum será perfeito e irá agradar a todos. Sempre haverá erros e as críticas são bem vindas. Entretanto, ninguém deveria se sentir decepcionados ao ponto de não acreditar que tal candidato poderia ter feito isso ou aquilo. Esse princípio serve para todas as pessoas em relação a todos os pecados. Todos somos passíveis de qualquer erro, e ninguém deve ficar surpreso com algum pecado de quem não esperávamos. Infelizmente, essa é nossa condição nesse lado de cá. Graças a Deus que, através de Jesus Cristo, nos deu uma esperança além dessa existência.
Encerro esse texto reafirmando os pontos centrais para a nossa reflexão. Não confie em político, mas também não desconfie da política. Deus nos chamou para sermos agentes políticos, não partidários. Portanto, honremos e glorifiquemos ao nosso Senhor por meio de nosso voto. Deus nos ajude!
Rodrigo Caeté
Comentários
Postar um comentário