Pular para o conteúdo principal

Juntamente com Deus, exaltemos ao Senhor


Se perguntarem a você qual é o fim último e principal da salvação? O que vem a sua mente imediatamente? Benevolência ao homem? Satisfação da necessidade espiritual da humanidade? Deixe-me clarear essa pergunta com outra indagação: por que as missões existem? Será que é porque os homens estão perdidos? Será que é porque tais homens precisam ser libertos da ira de Deus? Todas essas respostas estão corretas, mas não são o fundamento do ponto central. Elas se sustentam sobre a base principal da salvação, que é Deus. Ou seja, Deus salva por Deus. Deus faz missões para Deus ser glorificado. Deus redime a humanidade para que Ele mesmo seja visto como grande e supremo. Dito de outra forma, Deus é o objetivo último e final de Deus. 

Portanto, o fim último da religião cristã não é a salvação, mas a glória de Deus. A salvação é um bem concedido ao homem diante da glorificação a Deus, e a perdição é o resultado da rebelião e da negação da glorificação a Deus. Essa é a razão de o objetivo da propagação do Evangelho não ser, em princípio, a salvação, mas por conta de Deus não estar sendo glorificado por outras almas. Uma visão teocêntrica de tudo muda radicalmente a forma como lidamos com Deus e com o mundo. 

Diante disso, alguns podem acusar o Senhor de narcisista. Ora, quem é melhor que Deus? Quem merece, de fato, a honra? Agir assim é ser narcisista ou realista? Além disso, a quem Deus devotará adoração a não ser a ele mesmo? O Deus de toda terra amaria o homem mais do que a si mesmo? Conforme adiantei no primeiro parágrafo, o amor do Senhor pelo homem é uma grande verdade (João 3.16), mas que se sustenta sobre o amor de Deus por Deus (Isaías 43.6-7, Salmo 106.7-8, Ezequiel 20.14, 1 Samuel 12.20-22, Isaías 48.9,11, Ezequiel 36.22-23, 32, João 17.1). Todos esses textos mostram a ordem divina quanto a adoração e ele é o primeiro colocado. Então, a quem Deus deveria adorar a não ser a ele mesmo para que não seja um idólatra? 

E onde entram os homens nessa história? Na melhor posição possível para quem merecia apenas o inferno. Nosso maior presente é o próprio Deus. Mas que Deus? Indigno? Infiel? Com pouca glória? Absolutamente não. Antes, totalmente dignificado, glorificado e amado. Tem presente melhor que esse? Em suma, recebemos a maior das bênçãos e um amor perfeito, puro e profundo quando, juntamente com Deus, exaltamos ao Senhor acima de tudo e todos.

Rodrigo Caeté

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Ninguém explica Deus? Uma análise "preto no branco"

Este texto é uma análise da música “Ninguém explica Deus”, da banda Preto no Branco. Esta música tem feito sucesso no meio gospel , e, como a maior parte da música evangélica atualmente, também tem influenciado bastante na teologia nacional. A questão que se levanta é: será que a teologia pregada (Lutero dizia que a música é a teologia cantada) – direta ou indiretamente – por meio dela está correta? Ela está explicando  acertadamente sobre Deus? Sendo sincero com os autores da letra, dá para entender o que eles estavam querendo dizer com esta música. Penso que a ideia é que, em última análise, nenhum ser finito e criado consegue por força própria c ompreender e explicar o SENHOR na Sua totalidade. Isso é um fato indiscutível! A questão é que entre o que se quer dizer e o que se diz pode haver um abismo gigantesco, e é aí que reside o problema! Em suma, a música congregacional existe para que todos, tanto a pessoa simples e menos culta, quanto a que tem um nível est

Santificação Psicológica e Rituais Evangélicos

No nosso arraial evangélico, sobretudo em momentos de retiro espiritual e encontros de casais, é comum depararmo-nos com um ritual chamado “culto da fogueira”. Quem nunca participou de um, não é mesmo? Esse ritual tem o objetivo psicológico de “queimar”, por assim dizer, os nossos pecados cometidos. Não ouso negar sua eficácia emocional, pois eu mesmo já “senti” que meus pecados foram expurgados na hora em que o bendito papel estava sendo queimado. Que momento psicologicamente maravilhoso e emocionante.  Além do “culto da fogueira”, recentemente me deparei também com o ritual “oração a Deus por meio do balão de gás”. A questão era simples: deveríamos escrever nossos pedidos de oração numa pequena folha de papel e colocar dentro de um balão, que seria inflado com gás e subiria “aos céus”. Não duvido que muitos, vendo aquele balão subindo até sumir da vista, sentem que suas orações chegam lá. Que estratégia emocional e psicológica magnífica! Bem, qual é o problema disso tudo? Tudo.  Assi

DA SÉRIE: LOUVORES HERÉTICOS - LINDO ÉS

Existem algumas músicas que falam do desejo de humilhação de quem canta. Geralmente é assim: "Eu quero me humilhar diante de Ti Senhor", ou algo parecido. O grande problema é que o pressuposto desse clamor é um estado natural de exaltação, o que é um equívoco ao se tratar de um ser humano. O único que de fato se humilhou aqui na terra foi Jesus Cristo. Quando Paulo fala em Filipenses que Ele se esvaziou de sua glória e se humilhou, em outras palavras o apóstolo está dizendo apenas uma coisa: ELE SE TORNOU HOMEM! Cristo não deixou os seus atributos divinos justamente porque ele continua sendo 100% Deus; o humilhar-se dele é o SER UM DE NÓS, HUMANO! O ponto é que ser humano já é um estado de humilhação! Já somos por natureza humilhados. Então, meu amigo querido, não existe a opção "quero me humilhar", a não ser que você seja Deus, o que não é o caso. O que existe é: "eu reconheço meu estado triste de humilhação!" Uma boa canção exige uma do