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“Bom dia a todos e todas”: o progressismo na linguagem


Difícil será para mim, professor de língua portuguesa, explicar a todos que "bom dia a todos e todas" constitui-se um erro gramatical. Digo que será difícil porque aqueles que conseguiram incluir a militância progressista dentro da própria discussão sobre o uso da língua materna provavelmente, sendo do sexo feminino, não devem ter se sentido incluso nesse texto já no início, pelo fato de eu ter escrito o "todos" sem o "todas". Há várias razões pelas quais eu fiz referência a todos sem usar o seu feminino: 


1) Sou um educador comprometido com a língua que escolhi para ensinar. Enquanto a militância não consegue mudar a gramática oficialmente, manter-me-ei fiel ao ensino; 


2) Sou conservador, e me oponho a todo progressismo que visa provocar o caos da sociedade. Essa loucura de "todes", "todxs", "ile" "menine", etc, bem como a redundância do "todas", muitas vezes é um reflexo do caos escondido no coração do falante. Um ser bagunçado e desordenadamente em seu coração só conseguirá legar para a sociedade desordens e todo tipo de bagunça; 


3) Conforme já indicado no ponto 2, dizer "bom dia a todos e todas" é vício de linguagem chamado redundância. O "todos" já é pronome indefinido inclusivo e abarca todos os presentes: homens, mulheres, jovens, idosos, crianças, meninos e meninas, etc. Sendo uma redundância, estando já o "todas" incluso no "todos", quem fala "bom dia a todos e todas" está, na verdade, falando "bom dia a todos, todas e todas". Ora, se eu fosse aplicar o mesmo princípio pueril à linguagem, chamaria isso de feminismo; na realidade, isso nem seria um absurdo tão grande assim, pois é o "todas" que é excludente, uma vez que suprime os homens presentes. 


4) Como alguns sabem, mas parece que nem todos, gênero é diferente de sexo. O primeiro serve para marcar o contraste como masculino, feminino e neutro, enquanto que o segundo indica uma condição biológica. Como esse povo da lacração gosta de ciência, cientificamente o sexo é apenas XX ou XY, sendo uma característica cromossômica de mulher ou homem. Ainda que o malabarismo progressista tente mudar o fenótipo, o genótipo continuará inabalável. Essa diferença entre sexo e gênero nos permite ter palavras como "garfo" e "colher", que são assexuados, mas com gênero masculino e feminino, respectivamente. Quanto à gramática, o gênero neutro, que provém do latim, foi desenvolvido em nossa língua praticamente fundido com o gênero masculino. É por isso que o neutro e o masculino, em muitos casos, têm terminações iguais. Vou citar um exemplo: 


"As plantas" = gênero feminino 

"Os mosquitos  = gênero masculino 


Se eu quero fazer referência às plantas e aos mosquitos da praça, faço assim: 


"Eles estão na praça..."

Nesse caso, "eles", pronome neutro, incluindo "as plantas" e "os mosquitos". Repare, por favor, que "eles" não é masculino. O mesmo princípio se aplica a "bom dia a todos". O pronome neutro "todos" já faz referência a homens e mulheres presentes, e nada tem a ver com masculino. 


Infelizmente, muitos dos que aderem ao redundante "todas", bem como à enfeiada "linguagem neutra", estão apenas se submetendo covardemente ao esquerdisticamente correto, pois é charmoso fazer parte da patotinha bonitinha, de viés marxista, cujos seguidores visam apenas o "bem de todos", exceto dos homens, brancos, ricos, conservadores e cristãos. Dizem querer suprimir o machismo na linguagem, mas excluem a própria língua que, aliás, é do gênero feminino. E a senhora Língua Portuguesa, não será respeitada? São "todas", menos ela, não é?! 


Ironias à parte, estamos diante de mais uma estratégia marxista de implantação do caos na sociedade. Essa agenda detesta tudo aquilo que está conservamente organizado, e está disposta a guerrear em todas as frentes, inclusive na linguagem. Cuidado com as falsas narrativas de inclusão, pois, no fim, quando as máscaras caem, são todos pseudos inclusivistas que amam a lacração.


Rodrigo Caeté

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