Quem foi que
inventou essa ideia não cristã de não citar nomes? Eu gostaria de saber o nome desse sujeito!
Nada melhor do que
primeiro deixar somente a Escritura se posicionar sobre isso.
“Dirijo essa
orientação a ti, meu filho Timóteo, levando em consideração o que as profecias
anunciavam a teu respeito; com base nelas, trava o bom combate, conservando a
fé e uma boa consciência; pois alguns,
vindo a rejeitá-la, naufragaram na fé. Entre esses estão Himeneu e Alexandre, os
quais entreguei a Satanás, para que aprendam a não blasfemar.” (1 Timóteo
1.18-20 – grifo meu). Paulo aqui, publicamente, por meio desta carta, cita os
nomes de Himeneu e Alexandre como pessoas que blasfemam.
“Bem sabes que
todos os que estão na Ásia me abandonaram, entre eles Fígelo e Hermógenes. (2
Timóteo 1.15 – grifo meu). Novamente, uma citação negativa a respeito desses
dois homens apresentados.
“...Mas, quando vi
que não agiam corretamente, conforme a verdade do evangelho, disse a Cefas (Pedro) na frente de todos:
se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, por que
obrigas os gentios a viver como judeus?” (Gálatas 2.14 – grifo meu). Pedro
queria dar uma de esperto e agradar a todos. Quando não tinha nenhum judeu por
perto, ele se comportava como gentio, mas quando se aproximava um judeu, o
mesmo se portava completamente diferente. O que Paulo fez? Foi “ético”?
Politicamente correto? NÃO! Repreendeu, publicamente, outro cristão, nada mais
nada menos que o apóstolo Pedro.
“Alexandre, que trabalha com bronze,
prejudicou-me bastante; o Senhor lhe retribuirá segundo as suas ações. Tenhas cuidado com ele...” (2 Timóteo
4.14-15a – grifo meu). Aqui Paulo enfatiza o quanto este homem, Alexandre, é
perigoso e danoso.
“Escrevi à igreja,
mas Diótrefes, que gosta de ser o
líder entre eles, não nos recebe. Por isso, se eu vos visitar, trarei à memória
as coisas que ele faz, proferindo
palavras insensatas e maldosas contra nós. Como se isso não fosse o
bastante, ele não recebe os irmãos como também proíbe de fazê-lo os que querem
recebe-los e ainda os exclui da igreja.” (3 João 9-10 – grifo meu). Nessa
passagem, João não apenas cita o nome do sujeito, como também suas práticas.
Além disso, ele faz questão de dizer que, caso haja a tal visita, ele lembrará
aos irmãos as coisas ruins que Diótrefes faz.
Além disso, Cristo
também não poupou os de sua época: chamou os fariseus e escribas de hipócritas,
serpentes, raças de víboras... (Mateus 23. 1-36); ademais, chamou também uma
autoridade romana de raposa, o que, convenhamos, não era um bom apelido.
João Batista da
mesma forma chama os fariseus de raça de víboras, quando de seu discurso. Não
apenas isso, mas também é assassinado porque acusava Herodes de estar indevidamente casado com Herodias.
Apenas nestes
poucos textos, vimos os nomes de Himeneu,
Alexandre, Fígelo, Hermógenes. Alexandre novamente, Diótrefes, Herodes, Herodias (a lista poderia ser maior, mas não é a
proposta desse texto fazer uma descrição minuciosa.); além, é claro, dos
fariseus e escribas.
Não podemos nos
esquecer de que deixar de fazer o bem é pecado, pois se revela, neste caso,
como uma omissão diante da falta de respeito em face à pureza do evangelho e às
verdades bíblicas. Cristo pagou alto e comprou sua igreja com preço de sangue
e, certamente, não espera que sua amada fique impassível diante das heresias. A
Glória está na Palavra e o próprio Logos, Cristo, não permitiria que ela fosse
deturpada. O apóstolo Paulo diz que mesmo que ele próprio ou até um anjo ou
qualquer outra pessoa venha a pregar outro evangelho além do já pregado deve
ser considerado maldito (Gálatas
1.8). Percebam no texto que não é outro evangelho diferente na aparência, mas o
mesmo que foi além, com algumas
coisinhas acrescentadas. Isso mostra que um único acréscimo, ou mesmo decréscimo,
transforma o verdadeiro Evangelho em outro!
Quem disse, então,
que não deveríamos citar nomes?
Talvez a resposta
esteja nesta explicação: algumas ideias anticristãs estão dominando muitos
líderes de igreja. E eu acho que já sei de onde vem essa ideia: da ética do
politicamente correto. Até porque, temos que buscar agradar a todos, não é
mesmo?!
Tem muito a ver
também com o espírito de nossa época. Vivemos num momento do “não-me-critique”
e do “não-me-toque”. Tudo vira preconceito. Se eu sou baixo na altura você é
preconceituoso por ser alto. Se você é magro, eu sou preconceituoso por ser
gordo. Enfim, absolutamente qualquer coisa afeta negativamente as pessoas.
Ninguém mais aceita crítica.
Veja o caso do
bullying (em momento algum estou desconsiderando as tragédias decorrentes desse
fenômeno). Salvo alguns casos, o bullying é a versão secular do “não toque no
ungido do Senhor”. Assim como existem líderes melindrosos que se escondem atrás
de uma pseudounção, assim é essa geração de jovens que, após uma crítica, já
acham que o mundo acabou, tal a adoração que prestava a si mesmo. O grande
problema é que esse “não-me-toque-senão-morro” atingiu todas as áreas da
sociedade, infectando, inclusive o meio religioso. É nesse momento que o “não
cite nomes” entra. Porém, isso nada mais é do que uma ética protestante covarde. São os Pedros modernos que, no afã de
serem politicamente corretos, negam veementemente as verdades do Senhor.
Cristo cuidou do
Pedro traidor, inclusive citando o nome dele publicamente, diante de “todos”
(João 21.15); e percebam no livro de Atos como aquele covarde e traidor se
tornou um homem valente e ousado em prol da verdade.
O meu desejo é que
os Josés, as Joaquinas, os marcelos, as Silvias...e tantos outros que têm sido
omissos na defesa das verdades das Escrituras voltem a imitar os homens da
Bíblia que, quando necessário, citavam nomes. Como o reformador Lutero
afirmava: "a verdade a qualquer custo, a paz se possível.”
Por fim, não
percam de vista a graça do Senhor; não percam de vista o amor. A verdade não
deve ser defendida com base na vingança e na ação desmedida. Ela tem que ser
defendida porque você ama as Escrituras e o Senhor dela. É nesse sentido que a
Graça e o Amor farão você se prostrar diante do Senhor do Evangelho antes de
defendê-lo; farão você encharcar seu travesseiro de lágrimas, antes de sair por
aí ferindo por ferir. Antes de citar os nomes por amor à Escritura, ame o Nome
que está acima de todo nome.
Cite-O antes!
Rodrigo Caeté
Que a graça de Deus te acompanhe a cada dia. Ótima reflexão.
ResponderExcluirAmado irmão, Paulo disee isso, em respeito as igrejas que ele cuidava, não de outras igrejas. Quando ele resistiu a Pedro foi cara a cara, não ficou com recadinhos, João batista disse na cara, não ficou com recadinhos.Vcs inquisitores de irmãos usam esses textos como pretexto,mas vale o que Cristo disse: Aquele que chamar seu irmão de imbecil , já é um assassino. Procuro ser imitador de Cristo e nao de Paulo
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